segunda-feira, 1 de agosto de 2011

EUA: acordo para evitar o "default"

EUA votam hoje acordo que evita calote.

O Congresso americano votará nesta segunda-feira um acordo preliminar entre republicanos e democratas que prevê cortes nos gastos governamentais e a elevação do teto da dívida pública americana, atualmente em US$ 14,3 trilhões.

O acordo, anunciado pelo presidente Barack Obama na noite de domingo, promete encerrar meses de disputas entre os dois principais partidos e tirar o país da rota do que poderia ser um calote sem precedentes.

O governo começaria a ter dificuldade de honrar parte de sua dívida, sem elevação desse limite para novos empréstimos, a partir desta terça-feira.

Segundo Obama, o acordo permitirá "evitar o default (suspensão de pagamentos) e encerrar a crise que Washington impôs ao resto dos Estados Unidos".

O pacote deve passar sem dificuldade pelo Senado, mas enfrentará um caminho mais tortuoso na Câmara de Representantes, onde integrantes do movimento Tea Party já se disseram insatisfeitos com o que foi negociado na noite de domingo. Há oposição também de outros grupos.

O acordo preliminar eleva o teto da dívida, atualmente em US$ 14,3 trilhões, em cerca de US$ 2 trilhões permitindo, assim, que o governo tome novos empréstimos e continue financiando sua dívida até, pelo menos, 2013.

(fonte)


Observações do Ciclo Final:

Vou dar um exemplo de forma simplista, para explicar o que acontece há alguns anos e em que moldes este pré-acordo foi feito para evitar o calote. Como referi, trata-se apenas de um exemplo:


Fulano ganha R$1.000 por mês mas gasta o triplo disso. Ainda assim, consegue sempre pagar as suas contas ao final do mês através de cartões de crédito. Estoura um cartão e ele solicita outro.


Passados alguns anos a proceder dessa forma, gerou-se uma desconfiança generalizada. As empresas do dinheiro de plástico que disponibilizavam crédito a qualquer um que aparecesse na frente, deixaram de ter condições para suportar tanta concessão de crédito. Por causa disso veio a primeira pane. A dívida de Fulano já atinge os R$50000 sem contar com os juros altíssimos.


E eis que surge um tal de tio Sam e diz: "Não se preocupem. Vou ajudar-vos com alguns milhões de forma a que as empresas possam fazer face às dívidas e os Fulanos continuem a consumir como têm feito até aqui". Foi o 1º grande balão de oxigénio.


Mas essa ação não resolve os problemas de fundo e não demorará muito até que se chegue a uma situação semelhante.


Fulano, recorre aos empréstimos bancários para pagar as dívidas dos cartões. Entretanto, para continuar a viver, pede a alguem que lhe compre a dívida. Fulano dá um cheque ao amigo chinês e diz: "Dou-te este cheque como garantia para que possas pagar as minhas contas já. Depois eu pago-te com juros daqui a uns tempos". E assim fez durante mais alguns anos.Tempos depois, o amigo chinês já não estava a achar muita graça a essa situação pois já tinha uma coleção considerável de cheques sem fundos.

Novamente sem dinheiro, pede encarecidamente para que as empresas de cartão de crédito aumentem o limite mensal. Se Fulano visse negado este pedido, não teria as mínimas condições de honrar os seus compromissos. As empresas aceitaram na condição de que Fulano passasse a gastar R$2500 por mês em vez dos R$3000.


Mas, mais uma vez, adiou-se a resolução do problema. Este foi o 2º balão de oxigénio.


Fulano continua a ganhar R$1000 por mês e a gastar 2,5 vezes o que ganha. Não tem outra fonte de renda proveniente de outro emprego ou de empresa própria. O salário permanece o mesmo mas a sua dívida chegou a mais de R$100 mil.


O jogo acabará quando se fecharem as torneiras dos empréstimos ou os compradores de dívidas se cansarem de acumular cheques sem fundos.


Resta saber quanto tempo vai demorar até que Fulano fique sem dinheiro novamente.

Um comentário:

Anônimo disse...

Esquece-se de um detalhe. O fulano em causa pode imprimir mais dinheiro sempre que quiser. Ou seja pode sempre saldar a sua dívida de um dia para o outro. Tal terá consequências brutais na economia (no salário que recebe), mas o fulano em questão tem o poder de saldar instantaneamente as suas dívidas. Por isso é que os bancos lhe continuam a emprestar dinheiro, porque ele sempre pagou os juros e porque pode saldar as dívidas do dia para a noite.

Publicar em:

Related Posts with Thumbnails